domingo, 27 de dezembro de 2015

CURITIBA

Para Eduardo Zomkowski.

Dispensa essas velhas estampas
recortadas de uma revista:
Petrópolis, Paris. Os pampas,
Paulista.


Quero antes a simetria
dos teus quarteirões sem barroco.
Poucas curvas. Teu mais-seria,
teu pouco


sobrando nas pedras da XV,
no muito do céu de teus parques.
Não falta mar. Faltara fuligem
e charques?


A vida é um ajardinado
sobre os despojos de um rio:
perfeito, ó bela! Só cuidado
com o vazio


que os arquitetos cultivam
em tua possibilidade.
Atenta pro Olho no ar,
cidade.


Já no caminho de Morretes
brincavas de abismo também.
(Domada Iguaçu nos dormentes
do trem.) 


A vida, o ajardinado,
eles pensam que o sonhamos.
Mais um café lá no Mercado;
já vamos


ser de novo o que te preliba
na viagem a planejar:
Curitiba! E Curitiba
ao voltar – 


saudade menina que lembra
um velho exercício de crase:
venho e vou. Jamais se desmembra
teu quase.



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